terça-feira, 5 de julho de 2011

Dieta e Autismo



É com imensa satisfação que publicamos um artigo enviado para postagem em nosso blog, encaminado pela nutricionista Rita Cherutti, que é especialista em psicologia e comportamento alimentar, mestranda em saúde da criança e do adolescente  (UFRGS). 

Rita está entre os palestrantes do nosso II Ciclo de Palestras que acontecerá no segundo semestre de 2011.

Agradecemos a colaboração dessa nutricionista, profissional dedicada, competente  e comprometida em oferecer um estudo baseado em evidências e com embasamento científico.

DIETA E AUTISMO

Inicio este artigo com uma frase do livro O vendedor de Sonhos de Augusto Cury “Os que vendem sonhos são como o vento: você ouve a sua voz, mas não sabe de onde ele vem e nem para onde vai.”

E para não ser mais um “Vendedor de sonhos”é que dedico minha dissertação de mestrado e futura tese de doutorado ao estudo da influência de hábitos alimentares e sintomas neurocomportamentais e gástricos em crianças autistas, sendo que no Brasil ainda não possuímos nenhum estudo com critérios suficientemente relevantes que tenham investigado esta interação.

No mundo, seguindo os critérios necessários para ensaios clínicos que possam ser considerados confiáveis em nível científico temos apenas um estudo na Inglaterra com protocolo registrado em Plataforma internacional, ainda assim não é um ensaio duplo cego, como deve ser estes estudos, porém é um estudo reduzido em vieses, tornando-o uma fonte confiável para embasar futuras pesquisas. Ainda assim são necessários muito mais estudos seguindo criteriosa metodologia científica para afirmar ou não o quanto uma dieta pode ou não ser benéfica para melhorar sintomas do autismo, senão não passaremos de meros vendedores de sonhos, onde quem perde são as crianças portadoras de autismo.

Lembro não trata-se aqui do que é bom ou ruim, infelizmente o público leigo acredita em mensagens soltas ao ar, sem nenhum embasamento científico, desconfie se o artigo que vende sonhos está baseado em estudos sérios, se estes artigos foram indexados em revistas internacionais, como PUB MED, Cochrane entre muitos outros, se não estiver em nenhuma base confiável, desconfie, não compre este sonho.

Quero deixar claro que entendo que nenhum pai quer o mau de seu filho e no caso do autismo que ainda nos é uma doença com poucos estudos disponíveis, as vezes fica fácil apegar-se em vendedores de sonhos, eu lhes digo pais, estou pesquisando, esta pesquisa levará um total de pelo menos 6 anos para que possamos dizer aqui no Brasil quais foram os resultados destes estudos, em pelo menos 2 anos terei os primeiros resultados para divulgar. 

Neste momento o que posso lhes dizer que os estudos que temos  ainda são frágeis, ou não passam de revisão de literatura, sendo que estas revisões devem ter um critério muito rigoroso, no mínimo ser uma Meta análise, caso o contrário questione.
Finalizo dizendo que fico feliz que à nível mundial as pesquisas crescem, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde desenvolvo meu mestrado existem pesquisadores dedicados, onde estuda-se musicoterapia e autismo, genética e autismo, neuropediatria e autismo, a minha pesquisa que envolve dieta e pesquisa, porém somos pesquisadores, e devemos seguir o rigor científico confiado à nós para que para vocês não vendamos sonhos e sim evidências científicas, embasada em estudos controlados, que tenham sido avaliados por um Comitê de Ética, que tenha registro no SISNEP, depois de seguidos todos estes passos, possamos divulgar nossos resultados e realmente desejo que estes sejam para o bem dos portadores de autismo, sendo esta pesquisa positiva, ou seja confirmando os achados, ou negativa, que contrariem os achados da literatura, ainda assim, muito mais estudos serão necessários à nível de Brasil e mundo.  Principalmente no que se refere à Dieta e Autismo.

Rita Cherutti (Nutricionista, Especialista em Psicologia e Comportamento Alimentar, mestranda em Saúde da criança e do adolescente  (UFRGS).

A nutricionista Rita esta realizando um estudo, onde serão aplicados questionários sobre hábitos alimentares, comportamento entre outros. Esses questionários contribuirão muito com o trabalho da mesma e novas alternativas de tratamento para nossas crianças. Para a aplicação do questionário, será utilizada uma sala da pesquisa do HCPA. Entram no estudo crianças dentro do espectro autista, autismo clássico e asperger, entre 4 e 16 anos, que não apresentem concomitante outra patologia. Quem tiver interesse em contribuir, favor entrar em contato com amarsautismo@yahoo.com.br que enviamos o contato da nutricionista.

* créditos da foto: google imagens.
(http://www.wdicas.com/wp-content/uploads/2011/04/alimentos-para-uma-pele-bonita.jpg)

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